segunda-feira, 15 de julho de 2013

Dia dos Homens

CRÔNICA: DIA DOS HOMENS

Autor: Larry Redon

     Chegou ao lar e encontrou a esposa preocupada. Queria saber como fora seu dia, o que desejava comer e se queria uma massagem nos pés. Olhou, desconfiado, pois vindo de sua mulher era deveras estranho. Uma mulher que sempre o tratava com desdém, gritando aos quatro ventos que ele era um bunda-mole e agora queria  fazer massagem em seus pés!?
     Correu e foi direto para o guarda-roupa! Ali tinha! Mulher não dá ponto sem nó! Abriu a porta e logo sentiu cheiro de macho. Seria uma traição? Não, era apenas um perfume que ela comprara para ele e que gastou horrores. Mas presente? Não era nenhum dia especial! Aliás, dia especial para ela era só o dia em que ele recebia o ordenado.
     Foi até a cozinha e lá estava um banquete. Desconfiou imediatamente que a comida estava envenenada. Resolveu testá-la jogando-a para o gato, mas viu que o bichinho continuava feliz andando pela casa. Que diabo queria aquela mulher? Resolveu então fazer um teste e foi logo chamando a sogra de cobra, mas ela o surpreendeu ao concordar com todos os “adjetivos”  que dera a sua mãe,  então ele concluiu: é armação!
     Não se conteve! Sentou-se no sofá e esperou o golpe, mas ela continuava dando-lhe presentes. Apresentou-lhe o novo video game, depois a camisa de seu time favorito, as cervejas, a revista  playboy e por último deu um golpe de mestra: entregou-lhe o cartão de crédito e disse-lhe que não precisaria mais dele.
     Mulher sem cartão de crédito? Não, não tinha mais dúvida, ela estava aprontando alguma. Mil coisas passaram por sua cabeça e logo se viu morto, dentro do caixão, enquanto ela,  a viúva e mandante do crime se divertia.
     Tomou coragem e ia logo perguntando para mulher sobre suas reais intenções, quando foi surpreendido por sons de violino e abraços dos músicos, desejando-lhe feliz dia dos homens. Sentiu-se feliz e ao mesmo tempo culpado por ter desconfiado de sua esposa. Comovido, segurou as mãos de sua mulher, as beijou e fez-lhe a mesma declaração de amor que fizera no dia do seu casamento.
     Ela, delicadamente, com lágrimas nos olhos, pegou em suas mãos e o conduziu até a garagem! Lá, estava o carro que ele sempre sonhara e que ela nunca o deixara comprar para evitar os gastos. Comovido, correu para abraçar o presente que ganhara, mas ela o interrompeu dizendo: Feliz Dia dos Homens! Estou de partida com o meu carro novo e em busca de um novo amor!
     E partiu, acreditando que encontraria um homem melhor,  deixando-lhe chupando os dedos, com o cartão de crédito para pagar,  ao som dos violinos!


Imagem: Divulgação/Web.
     


     

Nenhum comentário:

Postar um comentário

tv, novelas, famosos, literatura, poesia, contos, religião, adolescência, educação.