CRÔNICA: DIA DOS HOMENS
Autor: Larry Redon
Chegou ao lar e encontrou a esposa
preocupada. Queria saber como fora seu dia, o que desejava comer e se queria
uma massagem nos pés. Olhou, desconfiado, pois vindo de sua mulher era deveras
estranho. Uma mulher que sempre o tratava com desdém, gritando aos quatro
ventos que ele era um bunda-mole e agora queria fazer massagem em seus pés!?
Correu e foi direto para o guarda-roupa!
Ali tinha! Mulher não dá ponto sem nó! Abriu a porta e logo sentiu cheiro de
macho. Seria uma traição? Não, era apenas um perfume que ela comprara para ele
e que gastou horrores. Mas presente? Não era nenhum dia especial! Aliás, dia
especial para ela era só o dia em que ele recebia o ordenado.
Foi até a cozinha e lá estava um banquete.
Desconfiou imediatamente que a comida estava envenenada. Resolveu testá-la
jogando-a para o gato, mas viu que o bichinho continuava feliz andando pela
casa. Que diabo queria aquela mulher? Resolveu então fazer um teste e foi logo
chamando a sogra de cobra, mas ela o surpreendeu ao concordar com todos os “adjetivos” que dera a sua mãe, então ele concluiu: é armação!
Não se conteve! Sentou-se no sofá e
esperou o golpe, mas ela continuava dando-lhe presentes. Apresentou-lhe o novo
video game, depois a camisa de seu time favorito, as cervejas, a revista playboy e por último deu um golpe de mestra:
entregou-lhe o cartão de crédito e disse-lhe que não precisaria mais dele.
Mulher sem cartão de crédito? Não, não
tinha mais dúvida, ela estava aprontando alguma. Mil coisas passaram por sua
cabeça e logo se viu morto, dentro do caixão, enquanto ela, a viúva e mandante do crime se divertia.
Tomou coragem e ia logo perguntando para
mulher sobre suas reais intenções, quando foi surpreendido por sons de violino
e abraços dos músicos, desejando-lhe feliz dia dos homens. Sentiu-se feliz e ao
mesmo tempo culpado por ter desconfiado de sua esposa. Comovido, segurou as mãos
de sua mulher, as beijou e fez-lhe a mesma declaração de amor que fizera no dia
do seu casamento.
Ela, delicadamente, com lágrimas nos
olhos, pegou em suas mãos e o conduziu até a garagem! Lá, estava o carro que
ele sempre sonhara e que ela nunca o deixara comprar para evitar os gastos. Comovido,
correu para abraçar o presente que ganhara, mas ela o interrompeu dizendo:
Feliz Dia dos Homens! Estou de partida com o meu carro novo e em busca de um
novo amor!
E partiu, acreditando que encontraria um
homem melhor, deixando-lhe chupando os
dedos, com o cartão de crédito para pagar, ao som dos violinos!
Imagem: Divulgação/Web.
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