Por: Larry Redon
Já virou moda no Brasil esquecer-se dos
grandes talentos para aplaudirem pessoas
que nunca contribuíram nem nunca contribuirão
para uma nação com um pouco de igualdade. A nossa atenção está mais
voltada para os chamados “excluídos” e que não são tão excluídos, pois existe algo
chamado escolha de vida, que para as grandes mentes. É claro que com isso, não
quero dizer que pessoas escolheram a pobreza, a miséria ao nascer, mas elas
podem procurar meios para sair de uma condição que ela não considera favorável.
Entretanto, com o pretexto de
salvarmos estas pessoas, estamos cada
vez mais matando pessoas de talento, que estão na mesma periferia e tem outra
visão sobre ela. São aquelas pessoas que enfrentam todos os tipos de
sofrimentos e estão indo às escolas para serem agredidas por estes chamados
excluídos, cuja função social é matar mentes inteligentes.
Esta semana recebi um técnico de uma
operadora de telefonia, que relatou-me o seguinte caso: uma criança de mais ou
menos 10 anos, relatou à mãe que havia saído com um garoto e que ele não fizera
nada com ela! (leia-se transar). Para surpresa dele, a mãe simplesmente disse à
filha que ela deveria ter saído com homem e não com moleque, que era para aproveitar
a vida, que a vida era curta, enquanto dançava num baile funk. Ora, a crítica
aqui não é a criança, que certamente acha normal, pois tem a mãe como modelo ou
ao baile funk, que alguns defendem como manifestação cultural, mas à raiz do
problema. A raiz do problema aqui é esta mãe, que fora considerada excluída
pela sociedade, com todas as garantias e direitos, que supostos excluídos vêm
tendo e que hoje é promotora da verdadeira exclusão, enquanto, o garoto que “não
fez nada”, com sua filha, talvez seja aquele garoto que ainda possui um pouco
de luz (leia-se visão) e que mesmo diante de desejos, vontades resistiram-nas
para não participar da balada dos excluídos.
É óbvio que a intenção do texto não é desconhecer valores
na periferia e nem alardear que tais pessoas não mereçam ser ajudadas, pelo
menos até quando não tivermos um país mais justo (utopia talvez?), mas é abrir
um chamado para que as pessoas não matem mentes inteligentes que brotam
diariamente na periferia e que se perdem no meio de tantos conflitos existentes
por escolhas de vida.
Não vamos confundir jovens excluídos, com
jovens que decidiram pela inutilidade! Talvez o texto pareça insensível, mas
mais insensível é o que estão fazendo com estes grandes jovens brasileiros que
estão sendo mortos, feridos, violentados, apenas porque escolheram batalhar
para não entrarem na balada dos excluídos. Estes jovens têm o direito de ir
para a classe média ou até mesmo ficar na periferia, se esta for sua escolha,
mas eles lutaram para conseguir o que tem hoje, então, vamos respeitar as
escolhas de vida de cada um (quando for escolha e não opressão!).
Então fica aqui o convite: que toda a
sociedade brasileira se curve para os nossos talentos, para pessoas que lutam
diariamente para serem o que são, independentemente, de morarem em periferia ou
classe média. E que todos façam sua escolha, pois a minha eu já fiz: eu só
aplaudo o talento, que busco até em lugares mais brutos, mas se existe, eu
lapido, porém quem já fez a sua escolha, arque com ela, pois eu também fiz a
minha dentro desta “balada da exclusão”.
Sendo assim, mudemos nosso conceito sobre
opressão e exclusão! Nós estamos agredindo pessoas supostamente ricas, simplesmente por
acreditarmos que elas representam uma ameaça aos pobres. É claro que reconheço
que há um mercado cruel e excludente, a minha chamada de atenção aqui é para
que ajamos com sensatez e a sensatez aqui é reconhecer que há generosidade,
compaixão, lutas, inteligência, nos dois lados e o que sobra destes dois lados,
como em tudo na vida, é o lodo, então usemos este lodo para adubar as
inteligências, não para continuar a servi-lo nas baladas da exclusão, que
interessa sei lá a quem, mas que interessa, ah, isso interessa! Só desta forma,
fortaleceremos nossa sociedade, pois são estas mentes “inteligentes” que
salvarão os chamados excluídos das mãos desta política cruel, que
dissimuladamente afirma resgatar excluídos, enquanto os condena a ser DJ desta
louca balada excludente.
Imagem: divulgação web.
Imagem: divulgação web.
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