Duras têm sido as críticas contra os
professores, mas de todas as críticas que tenho ouvido falar, uma passou
despercebida aos olhos de seus detratores: o professor ao longo dos anos tem se
tornado cada vez menos crítico. Não sei se é o triste estado de pobreza que
atinge a classe, não sei se é o número cada vez menor de licenciados chegando
às escolas ou um grande número de vítimas desta educação sem nexo que assolou
nosso país e que levou pessoas a serem
professores por pura falta de opção. O fato é que ouvir professores sem nexos
tem se tornado um calvário para quem entende
a Educação como uma prática libertadora. E aí, surge a pergunta: como
alguém que ainda não se libertou das algemas impostas por um governo cruel, pode ser um dos atores desta prática
libertadora?
O clima nas escolas estaduais tem sido de
pânico, com professores alardeando ameaças feitas por alunos, por gestores se escondendo atrás de leis,
interpretando-as de acordo com suas conveniências e diante de tudo isso, continua o professor
paralisado, reclamando de tudo e de todos e não lutando. E por que não lutam?
Não lutam porque estão algemados a falta
de reflexão. Afinal, a falta de reflexão leva pessoas a desconhecerem a
importância e a qualidade de seu trabalho. O professor hoje desconhece que a
sociedade precisa dele para limpar a fumaça negra que vem tomando conta dos
cérebros, mas infelizmente a fumaça negra já tem atingido os cérebros de muitos
professores.
O estado de calamidade não assombra apenas
aos professores, mas também aos pais e alunos, que vêem seus filhos e amigos serem agredidos dentro das salas de aula e aí
me ocorre uma pergunta: É correto afirmar que a greve é dos professores ou a greve
é de uma sociedade que urge por uma postura crítica de professores, gestores,
pais, alunos e governo?
Meus senhores, faz muito tempo que a
questão dos professores não é apenas salarial, a questão agora é de calamidade
pública, onde falta não apenas o pão à mesa, pois nossa mesa já está farta de
criminalidade, de desrespeito, de cadáveres de professores sendo exibidos nas
mídias, de governo debochando de nossa miséria social, de pais incautos que não
souberam educar seus filhos e que destroem
a vida de pais que lutaram para dar uma educação de qualidade aos seus
filhos e que padecem diariamente por irem às escolas públicas apenas para serem
vítimas de violência. Mas diante deste cenário, o mais grave é saber que
professores ainda não se deram conta
desta calamidade, que o seu silêncio é uma ameaça a si mesmo e que deste
silêncio brotará sempre um profissional que nunca mais será respeitado pela
sociedade. Por isso, professores, repensem o seu silêncio, pois a sociedade
precisa de ti e o governo também, com uma única diferença: o governo precisa do
teu silêncio, a sociedade do seu senso crítico! Pensemos nisso e atenda O
Chamado!
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