sábado, 20 de abril de 2013

Greve de Professores: O Chamado!

 Por: Larry Redon


 
     Duras têm sido as críticas contra os professores, mas de todas as críticas que tenho ouvido falar, uma passou despercebida aos olhos de seus detratores: o professor ao longo dos anos tem se tornado cada vez menos crítico. Não sei se é o triste estado de pobreza que atinge a classe, não sei se é o número cada vez menor de licenciados chegando às escolas ou um grande número de vítimas desta educação sem nexo que assolou nosso país e que levou  pessoas a serem professores por pura falta de opção. O fato é que ouvir professores sem nexos tem se tornado um calvário para quem entende  a Educação como uma prática libertadora. E aí, surge a pergunta: como alguém que ainda não se libertou das algemas impostas por um governo cruel,  pode ser um dos atores desta prática libertadora?
     O clima nas escolas estaduais tem sido de pânico, com professores alardeando ameaças feitas por alunos,  por gestores se escondendo atrás de leis, interpretando-as de acordo com suas conveniências  e diante de tudo isso, continua o professor paralisado, reclamando de tudo e de todos e não lutando. E por que não lutam? Não lutam porque estão algemados a  falta de reflexão. Afinal, a falta de reflexão leva pessoas a desconhecerem a importância e a qualidade de seu trabalho. O professor hoje desconhece que a sociedade precisa dele para limpar a fumaça negra que vem tomando conta dos cérebros, mas infelizmente a fumaça negra já tem atingido os cérebros de muitos professores.
     O estado de calamidade não assombra apenas aos professores, mas também aos pais e alunos, que vêem seus filhos e amigos  serem agredidos dentro das salas de aula e aí me ocorre uma pergunta: É correto afirmar que a greve é dos professores ou a greve é de uma sociedade que urge por uma postura crítica de professores, gestores, pais, alunos e governo?
     Meus senhores, faz muito tempo que a questão dos professores não é apenas salarial, a questão agora é de calamidade pública, onde falta não apenas o pão à mesa, pois nossa mesa já está farta de criminalidade, de desrespeito, de cadáveres de professores sendo exibidos nas mídias, de governo debochando de nossa miséria social, de pais incautos que não souberam educar seus filhos e que destroem  a vida de pais que lutaram para dar uma educação de qualidade aos seus filhos e que padecem diariamente por irem às escolas públicas apenas para serem vítimas de violência. Mas diante deste cenário, o mais grave é saber que professores ainda não se deram  conta desta calamidade, que o seu silêncio é uma ameaça a si mesmo e que deste silêncio brotará sempre um profissional que nunca mais será respeitado pela sociedade. Por isso, professores, repensem o seu silêncio, pois a sociedade precisa de ti e o governo também, com uma única diferença: o governo precisa do teu silêncio, a sociedade do seu senso crítico! Pensemos nisso e atenda O Chamado!
    

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