segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Manjedoura

Autor: Larry Redon


Aconchegar-me em tua manjedoura
E descobrir-me inocente outra vez
Embriagado pelo teu santo perfume
Consumido por tua plena e santa paz

Embalar-me no colo puro de Maria
Acalentado pelo doce olhar de José
Sentir o perfume da relva no campo
Purificando minha alma outra vez

Passear pelos caminhos das virtudes
Com as mãos entrelaçadas no paraíso
Ouvindo as harpas alegrar-me a alma
E os anjos cantarem minha nova vida

E embelezar-me pela paz de tua alma
Conquistar tua presença eterna em mim
Permanecer em tua humilde manjedoura
Mesmo tendo a permissão para partir


Imagem: Divulgação Web.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Larry Redon: Gozar à Vida

Larry Redon: Gozar à Vida: RESUMO DA OBRA      O livro conta a história de um homem que se identifica como Putão, que na adolescência  presenciou cenas de sexo...

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Formidável

Autor: Larry Redon
18


Formidável é o balançar do teu corpo
Sobre o meu
É ver teus seios avolumar em minhas
Mãos

Formidável é descobrir em cada tocar
De línguas
O que me enlouquece, o que te leva ao
Céu

Formidável é ouvir os teus gemidos
Demonstrando ser mais forte que o meu
Formidável é me ver todo consumido
Esforçando-me para prolongar teu prazer

Formidável é saber que não me agüento
E mesmo fraco continuo a te estremecer
Fazendo-me de forte para realizar os desejos
Que tu exiges sem ter pena de mim

Imagem: Divulgação web.


domingo, 10 de novembro de 2013

Autor: Larry Redon


Preciso fechar os olhos para achar a poesia
Preciso fechar os olhos e sentir teu Deus
Pois o meu Deus tem fugido de mim
Passeia por outros portos, outros corações

O meu fechar de olhos tem sido constante
Fecho-os para ver, mas nada vejo
Nem as coisas que passaram, nem as que virão
Nada sinto agora, apenas as batidas do coração

Este coração que bate lentamente, sem fogo
Sem paixões, sem ilusões para regá-lo
Paro, sinto-o, fecho os meus olhos e nada
Nada passa por minha cabeça agora

Tudo parado, silencioso, como as ruas agora
Tudo escuro, tenebroso, como as ruas agora
Tudo triste, tudo vazio, como as ruas agora
E um silêncio perturbando esta noite vazia



Imagem: Divulgação Web.







As Tristezas dos Meus Dias

Autor: Larry Redon


Esta sensação de abandono
Este palpitar no coração
Não ter rumo, mesmo podendo ter
Não ter carinho, mesmo podendo ter

E eu posso tantas coisas
Tantas coisas que as pessoas almejam
E não vou ao encontro delas
Simplesmente porque não tenho mais vontade

Falta vontade de tomar um copo d’água
Falta vontade para acender o cigarro
Falta só a vontade, pois tudo tenho de graça
Mas a vontade não me visita mais

É o fim dos meus dias! Sinto que é o fim!
Não engulo mais nada, nem sinto sabores
Não vejo quase nada e o pouco que vejo
Já não me agrada! Aborreço-me sem vontade

Imagem: Divulgação Web.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Amor

Autor: Larry Redon

Se me perguntares sobre o amor
Tenho mil desculpas para não revelar
Pois o meu amor que hoje é paz
Passeia em campos feitos só para mim

Se me perguntares sobre o amor
Por que o deixei fugir de minhas mãos
Tenho mil razões para te convencer
Que ele partiu sem me deixar entender

Se me perguntares sobre o amor
Por que ainda vivo sem ter alguém
Tenho mil ilusões para te convencer
Mas as ilusões são minhas, de mais ninguém

Se me perguntares sobre o amor
Se ainda pulsa e quer se revelar no coração
Tenho mil razões para te entregar
Este coração se quiseres decifrar 


Imagem: Divulgação web. 

Sem Queixumes

Autor: Larry Redon


É o amigo que se foi
É a flor que não chegou
É o pássaro que não cantou
Aceito tudo sem queixumes

É o amor que não veio
A felicidade que não bateu à porta
A rosa que não exalou seu perfume
Aceito tudo sem queixumes

É a chuva que não veio mansinha
É a saudade que veio fora de hora
É o filho que não quis gerar-se
Aceito tudo sem queixumes

É uma lágrima teimosa que cai
É um sorriso fugindo do rosto
Aceito tudo sem queixumes

Mas não aceito tua indiferença, amor

Imagem: Divulgação Web.

Antes que tudo se acabe

Autor: Larry Redon


Antes que seja tarde, menina
Deixe-me te dar uma flor
Deixe-me invadir teu destino, menina
E encharcá-la de amor

Antes que a lua vá se  embora
Antes que a brisa se vá
Deixe-me roubar-te um beijo, menina
Deixe-me roubar tua paz

Antes que o fruto apodreça
Antes que abelha tome o mel
Deixe-me tocar os teus lábios, menina
Deixe-me roubar teu anel

Antes que a vida termine
Antes que tudo se acabe
Venha deitar-se  ao meu lado, menina

Vem ser minha doce namorada

Imagem: Divulgação web.

Receio

Autor: Larry Redon


 

Eu estou aqui a tua espera
E tu nem desconfias
Não desconfias que te amo
Que o meu “não” foi apenas medo

Eu fico horas esperando por você
Penso em falar contigo toda noite
E se você tivesse insistido
Talvez tudo tivesse acontecido

Mas não, ah, este medo do toque
De ser mal compreendido
De me entregar e me arrepender
Ah, estas dúvidas que me paralisa

E tu não sabes que sonho contigo
Que me explodo em desejos por ti
Mas você não insiste mais

Eu te desejo como nunca desejei alguém

Imagem: Divulgação Web.

Aceitei

Autor: Larry Redon

 
Não me esqueci de tua promessa
Do convite feito e esquivado
Da carta deixada sobre a escrivaninha
Do olhar escondendo  tuas verdades

Não insisti, é verdade, meu amor
Mas porque percebi que não podia mais
Já estavas decidida demais
Para eu fazer qualquer tentativa

Assim fui me acostumando ao teu silêncio
Ao saber que a vida seria curta ao teu lado
Não chorei, não amaldiçoei o nosso amor
Apenas aceitei, pois já era muito tarde

E fui vivendo, aceitando muitas coisas
Não distinguia mais o bom e o ruim
Aceitava, apenas, sem argumentar
Aceitava e não sabia que era infeliz

Imagem: Divulgação Web.



sábado, 2 de novembro de 2013

Felicidade

Autor: Larry Redon
 

Hoje toquei o mais belo arco-íris
E compreendi o que é ser feliz
Abri janelas, senti o cheiro da vida
E sai cantando, abraçando nas ruas

Hoje vi o mundo com todas as cores
Dancei com o verde, o amarelo e o azul
E acabei num canteiro cheio de flores
E todas  sorriram alegremente para mim

Hoje descobri e senti a doçura dos beijos
E quis beijar quem encontrava e beijei
Beijei todos os lábios e senti a felicidade
Em cada face, descobri a felicidade e sorri

Hoje, só hoje me dei conta que ela existe
E segurei com firmeza em tuas macias mãos
Entreguei-me de corpo e alma ao arco-íris

E vibrei, gritei, afirmei: Eu sou feliz!

Imagem: Divulgação Web.

Não quero mais

Autor: Larry Redon


Pronto, decisão tomada
Não quero mais o amor
Que não sabe servir
Que não sabe calar-se

Cansei de pedir o óbvio
Cansei de estender as mãos
Cansei de pagar para ver
Pronto, decisão tomada

Desisti de tentar te entender
Desisti de ferir-me
Desisti de te proteger
Decisão tomada. Não volto atrás

Mudei. E claro, decidido está
Se tiver que sofrer
Que sofra você, que sofra você

Já não me importo mais

Imagem: Divulgação Web.

Futilidades

Autor: Larry Redon


Perde-se entre bolsas e sapatos
Escolhendo a cor do esmalte
Desejando amores duráreis
Talvez encontre dentro da bolsa

Sonha com o mocinho da novela
Imita a atriz que é dona do mocinho
E sonha em ser dona também
E sonha entre bolsas, sapatos e esmaltes

Escolhe várias cores de esmaltes
O verde, talvez para dar boa sorte
O vermelho para despertar as paixões
E continua escondendo o coração na bolsa

E se perde em seu sonho encantado
Fica horas admirando vitrines, sapatos
Não percebe quem vai nem quem vem

E o coração dentro da bolsa é ignorado 

Imagem: Divulgação Web.

Falta Coragem

Autor: Larry Redon


As juras de amor ficaram para trás
Hoje eles não se olham
E nem se beijam mais
E tantas juras foram feitas outrora!

Hoje não se beijam e nem se comem
Com os olhos que se conquistaram
De tudo, sobrou  a falta de coragem
A coragem de dizer adeus

E por não ter coragem, usam os filhos
Como escudo para não tirar a aliança
Continuam fazendo juras, mas não de amor
Juram que estão juntos pelos filhos

As juras de amor ficaram para trás
Não se olham, não se respeitam mais
Mas juram que são felizes como antes

Juram, mentem, mas não se amam mais

Imagem: Divulgação Web.

O Fingir do Poeta

Autor: Larry Redon


Se o poeta faz verso de amor
Certamente está apaixonado
Se o poeta dança com o erotismo
Certamente virou libertino

E se poeta elogia  Deus
Certamente é religioso
E se o poeta elogia o diabo
Certamente é ateu

Se o poeta fala de solidão
Certamente é solitário
Se o poeta fala do pão
Certamente é faminto

Mas o que todos não sabem
É que o poeta não é dono de si
Nem de suas próprias palavras

É apenas pau mandado do inexplicável 

Imagem: Divulgação Web.

Foi sem querer

Autor: Larry Redon


Foi sem querer que te olhei nos olhos
Sem querer que prendi minha mão a tua
E passamos uma eternidade paralisados
Sugando o néctar de nossos corações

Ficamos longas horas olhando o infinito
Contando estrelas que brilhavam no céu
Procurando os nomes de cada astro atrevido
Que vinha iluminar a ternura do nosso amor

E assim sem querer começamos uma história
E foi sem querer que terminamos também
As razões ninguém sabe, nem desconfia
Coisas das estrelas, dos astros, da vida, talvez

E fomos assim nos afastando calmamente
E calmamente nossa história se perdeu
Calmamente tento descobrir o que faltou

Nada vem a mente, só os olhos tristes teus 

Imagem: Divulgação Web.

Tive Medo

Autor: Larry Redon


Tive medo de sofrer e sofri
As raízes me impediam
De sair do chão
E me tranquei em meu mundo

Eu não sabia que o sofrimento
Não poderia ser evitado
Apenas achei que seria feliz
Mas me tranquei e sofri

Sofri de tanto amor guardado
Achava que o amor em peito
Era apenas para mim
Não via ninguém para dar

E não me entreguei
E sofri com tanto amor guardado
Pois o amor não perdoa inocentes

Ele é voraz, quer ser compartilhado

Imagem: Divulgação Web.

Sabor de Eternidade

Autor: Larry Redon


Estão vendo este povo de branco?
Eles já foram moradores da Terra
Já tiveram anseios e desilusões
E hoje andam na vida calmamente

Estão vendo este povo de branco?
Que deixa luz por onde passa
Eles já pisaram nas trevas da vida
E hoje abrasam os corações tristes

Estão vendo este povo de branco?
Que desliza nos ares como luz
Já viram a luz faltar em sua vida
E hoje eles são a própria luz

Estão vendo este povo de branco?
Eles já foram trevas, hoje luzes
Passeiam calmamente na Terra

Seguindo o exemplo de Jesus


Imagem: Divulgação Web.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Estranhamente

Autor: Larry Redon


Estranhamente a poesia me visita
Estranhamente ela quer falar de mim
E o meu passado entrelaçado em seus olhos
É argumento que ela tem para me convencer

Estranhamente eu me entrego a esta força
Estranhamente ela toma conta de mim
Estranhamente viro moço novamente
Estranhamente um menino sai de mim

E é a dança que baila em meus olhos
É o instrumento que toca sem parar
É a juventude que palpita em meu peito
Estranhamente eu me perco em seu olhar

Estranhamente eu  viro vida e poesia
Estranhamente brilho como a luz do sol
É a juventude voltando ao meu peito
E sem receio, estranhamente, não sou mais eu

Imagem: Divulgação Web.


Estou Mudo

Autor: Larry Redon


Há um aperto no fundo do peito
Que queima a pele  e a alma
Que arde mais que ferida aberta
Que me deixa mudo, paralisado

Arde e eu não sei de onde vem
Não sei de onde vem nem o porquê
Mas arde como sal em ferida aberta
Arde, sufoca, maltrata, faz sofrer

E grita e sufoca  meus próprios gritos
E tira a paz, faz desconhecer quem sou
E me enfraquece, deixa-me sangrando

Sangrando e com febre, morto de pavor
E vem atormentar-me fora de hora
Agredir-me, sufocar-me, cravar cruz ao peito
E eu lamento, não sei, não sei se mereço


Imagem: Divulgação Web.


Tudo Termina em Solidão

Autor: Larry Redon


É o vento que balança o vestido
É o barulho do salto alto pelas escadas
É o movimento lento do relógio
É a certeza da solidão

É a imobilidade ao levantar da cama
É o esperar angustiante pelo despertador
É o não querer ver o sol pela janela
É a certeza da solidão

É não ter forças para atender ao telefone
Que toca insistentemente
É não querer saber quem está por trás do toque
É vontade de solidão

É a tremedeira nas mãos ao se tocar
É o desespero nos olhos a ocultar
O que se passa? Ninguém sabe

Nem ele sabe. Nem eu...tudo termina em solidão

Imagem: Divulgação Web.

Esperei o amor, mas ele não veio!

Autor: Larry Redon


Eu o esperei na minha janela
Sempre com o olhar atento
E vi muita gente olhando para mim
Mas nenhum olhar me cativou

Eu esperei e poderia ter aceitado
Cada olhar que se insinuava
Cada beijo que me era lançado
Mas preferi seguir sozinho

Eu o esperei de todo coração
Mas o amor não veio
Vieram muitas intenções e olhares
Mas neles não reconheci quem esperava

Eu contei batida  por batida do meu coração
E ele não batia por ninguém que aparecia
Eu esperei às vezes triste, às vezes sorrindo

Mas ninguém conseguiu levar-me junto consigo 

Imagem: Divulgação Web.

domingo, 27 de outubro de 2013

O Cheiro da Flor

Autor: Larry Redon


Será que és violeta?
Será que és bromélia, oh, flor
Só sei que o fio do teu cabelo
Exala o perfume de amor!

Não sei se és bromélia
Ou se tu és margarida
Só sei que no meu coração
Deixastes a dor e a ferida

Será que estás por perto?
Será que foi para outro jardim?
Só sei que no cheiro das rosas
Encontro um amor sem fim

Será que és uma rosa?
Ou finge ser uma flor?
Só sei que o seu perfume, oh, menina
Tem cheiro de quem quer amor



 Imagem: Divulgação Web. 

O Corpo da Morena

Autor: Larry Redon


Este sereno no corpo, morena
Deixado por teu amor
Foi na areia da praia, morena
Que você se entregou

Foi na areia da praia
Que ela gemeu ao luar
Foi na areia da praia, morena
Que seu amor quis te amar

Este sereno no corpo, morena
Leva os homens a penar
É o sereno no corpo, morena
Que esta terra vai desmoronar

Foi na areia da praia, morena
Que ele te chamou de amor
Tu acreditaste, oh,  morena
Ele foi e não mais voltou

Foi na areia da praia...
Foi em noite de luar...
Que este sereno no corpo, morena

Ficou para te fazer penar...

Imagem: Divulgação Web.

Fio a Fio

Autor: Larry Redon


Fio a fio vou tecendo esta vida
Tão sofrida em busca de pão
Onde as lágrimas são bem doridas
Onde os olhos se enterram no chão

Fio a fio vou compondo histórias
Das memórias e do meu coração
Vou tecendo a cada parada na estrada
Vou compondo sob o luar da solidão

Fio a fio eu  já não me reconheço
Tantas histórias que já não me lembro mais
De memórias tão tristes e cansadas
Nesta estrada de lutas, travadas sem paz

Fio a fio sou as sombras das histórias
Sou memórias e sombras também
Fio a fio sou um sonho dourado perdido
Sou sombra tecidas, doridas, sem paz

Imagem: Divulgação Web.


sábado, 26 de outubro de 2013

Cinderela

Autor: Larry Redon


Não houve jeito de partir
Não houve frases para dizer
A cinderela quer apenas saber
Quantas batidas têm o teu coração

Não houve brilho neste teu olhar
Não houve nuvem querendo chover
A cinderela quer apenas saber
Quantas batidas têm o teu coração

Não houve baile neste lugar
E tanta gente querendo dançar
A cinderela quer apenas saber
Quantas batidas têm o teu coração

Não houve um final para contar
Não houve príncipe querendo amar
A cinderela quer apenas saber
Quais os mistérios deste teu coração

Imagem: Divulgação Web. 

As Asas de Deus

Autor: Larry Redon


Será no deserto meu ato de fé
Cultivando a semente do teu coração
Vendo tua graça na areia germinar
Sem dúvidas, medos ou desilusão

Se as asas dos pássaros puderes me dar
Para voar com sabedoria, oh, Deus!
Vou a outras terras tua palavra lançar
Esperarei germinar a palavra do teu coração

Não buscarei água para molhar-me ou beber
Pois minha sede é apenas de tua suave unção
Que alegrará minha solidão neste vasto deserto
O deserto da inquietude que me trará salvação

Eu levarei tua santíssima palavra, oh, Senhor
Pois fortalecestes e blindastes o meu coração
E toda Terra ainda há de ver e se comover

Com a ternura, a força que move tua mão


Imagem: Divulgação web. 

A Missão de Cristo

Autor: Larry Redon


Sinto tua voz na bravura do mar
Sinto tua onda a me chamar
Mande-me um barco e a direção
Que seguirei com tua missão

Vejo um grande barco a navegar
Enfrentando a doce fúria do mar
E tua voz envolvendo o meu ser
E eu querendo encontrar com Você

Mande o teu barco e eu seguirei
Firme na graça de tua forte missão
E se a fúria do mar me fraquejar
Resistirei em nome da Salvação

Mande o teu braço de graça, Senhor
Mande  tuas ordens que eu seguirei
Enfrentarei as incertezas do mar

Pelas certezas de tua graça, oh, Pai

Imagem: Divulgação Web. 

domingo, 20 de outubro de 2013

Mentistes

Autor: Larry Redon





Mentistes, mentistes, oh, donzela
Mentistes ao oferecer-me amor
E eu tão carente, tão livre e sereno
Perdi-me nestes olhos enganador

Jurastes, jurastes, oh, donzela
Jurastes que me querias para amado
E eu que vivia tão sozinho, acreditei
Acreditei e me perdi em teus lábios

Sofri, sofri tanto, oh, donzela
Quando descobri toda tua maldade
Querias só  a doçura dos meus beijos
Sofri, sentindo-me somente usado

Mentistes, mentistes, oh, donzela
Mentistes e ristes sem pudores de mim
E eu inocente querias ficar ao teu lado
Unidos como a flor e um amado jasmim


Imagem: Divulgação Web.





O Filho Que Perdi

Autor: Larry Redon


Teu sorriso acompanha os meus dias
Tua força me ajuda a ninar a solidão
Tua cama, já fria, vazia, me entristece
E eu busco sussurrar aquela nossa canção

Meu filho, meu elo perdido na vida
A tua partida foi minha partida também
Foi chuva intensa esta nossa despedida
Foi corte na alma, foi brasa em meu coração

Teus  sonhos findaram e também os meus
Enterrados estão juntos ao teu corpo querido
Já não durmo, não sonho, não sinto mais a vida
Teu perfume me segue, é o que ainda sinto

Meu filho, meu elo perdido na vida
Minhas mãos te procura e não te alcança mais
Receba meu toque, meus beijos querido
Aguarde a chegada do teu velho pai



Imagem: Divulgação Web.

O Disfarce da Alegria

Autor: Larry Redon


Quantas desgraças guardadas
Em teu modo de viver
Nesta alegria forjada
Perde quem pagar para ver

Perdem o homem e o santo
Perdem o bem e o mal
Perdem demônios e deuses
Perdem quem escolhe o mal

Quanta alegria forjada no mundo
Impede o homem inculto de ver
Finge de sábio e não sabe nada
Vivem de pagar para ver

Gira este mundo enlutado
De lutas e de ilusão
Gira na roda dos homens forjados
Disfarça a alegria onde falta o pão

Quantas desgraças nesta tua vida
E ainda queres pagar para ver
Ver os homens encurralados
Buscando, sem lutas, sobreviver

Gira este mundo enlutado
Sem lutas, sem explicação
Gira e faz de deuses demônios
Demônios que comanda a Nação



 Imagem: Divulgação Web.

Encontro

Autor: Larry Redon


Temos um encontro
Siga a mesma direção
Que não tem erro
E não haverá perdão

Se te perderes é opção
Se me encontrares é ilusão
Se me quiseres é covardia
Se me traíres é valentia

E neste encontro marcado
Frente a frente já não somos nós
Lado a lado já somos traição
E boca a boca o calar de uma voz

Se calados, parados ficamos
Do que vale um encontro entre nós
Se a boca já não cala com beijos

Se a língua já não excita mais 

Imagem: Divulgação Web.

Fingir guerra em busca de paz

Autor: Larry Redon


Não sabes o que é esperar
Esperar um amor no teu cais
Aguardar e fingir não ter dor
Fingir guerra, em busca de paz

Não sabes e nunca vais saber
Não sabes atracar-se ao cais
Não sabes o sonho infeliz
Que move qualquer rapaz

Não sabes as loucuras que tenho
Não sabes e nunca vais saber
Não sabes a fúria que guardo
Que guardo no peito sem saber

Não sabes o que é esperar
Ter dúvidas e ainda esperar
Ter sonhos sem asas para voar
Não sabes e nunca irás saber

Não sabes a amargura que sinto
Não sabes o palpitar de um coração
Não sabes desta minha espera
Uma espera sem direção

Não sabes e nunca vais saber
Pois meu barco partindo está
Não sabes e nunca vais saber

Em que cais irei me ancorar 

Imagem: Divulgação Web.

Por Um Mundo de Doçura

Autor: Larry Redon 





     Era uma vez um lugar no mundo, um lugar que guardava pessoas e segredos, mas neste lugar não existia apenas pessoas e segredos, existia também a doçura de um menino. O nome deste menino era doçura, pois ao nascer havia tanta ternura em seus olhos que não acharam outro nome para lhe dar a não ser o nome que toda a humanidade desejava. 

     Desde pequeno este menino sabia o que queria e enquanto os meninos de sua idade passavam as noites na rua, brigando com o vento, durante as partidas de futebol, ele insistia em olhar o céu, contemplar as estrelas, enquanto a mão suave do vento acariciava seu rosto angelical. 
Quem o visse debruçado sobre a janela poderia supor que se tratava de um menino solitário e triste, mas ao contrário, durante o tempo que passava olhando o céu, sentia-se feliz por ter como amigos o vento, as estrelas e o perfume das árvores que o contagiava de uma alegria que poucas pessoas sentiam, pois estavam preocupadas com seu mundo de lágrimas.
     Comum era pessoas pararem na frente de sua janela para observarem o garoto que parecia sempre estar conversando com alguém, mas mal sabiam elas que não adiantava observar o menino, pois seus amigos só apareciam para quem tinha os olhos de doçura. 
     Não demorou muito para que as pessoas começassem a chamá-lo de louco, de estranho, deixando sua mãe aborrecida, pois sabia que seu filho era muito especial, diferente dos outros meninos de sua idade, mas que apesar disso, era muito inteligente e era justamente sua inteligência que o fazia isolar-se num mundo de beleza para escapar do mundo de tristeza, onde pessoas passavam o dia bailando com a feiura do mundo.
     Entretanto, este menino que passava os dias na janela, contemplando o céu, não se afastava das pessoas porque não gostava delas, mas porque sabia que tinha uma missão importante no mundo e que sua missão não era das mais fáceis, pois ele tinha que transformar o velho e destruído mundo num mundo de doçura. 
Quando ainda era um bebezinho, não sabia ainda da missão que lhe fora dada, mas um dia, quando brincava em seu quintal, fazendo castelinhos de areia, solitariamente, desceu uma estrela do céu especialmente para lhe contar da sua importante missão.
    A estrela era muito sorridente, contava-lhe detalhe por detalhe da missão para o menino, falando apressadamente, pois olhava para o céu e via que o sol já estava impaciente com sua demora, já que a noite estava chegando e ele já estava cansado de iluminar o mundo, agora era a vez da estrela folgada subir ao céu, pois o seu turno terminara. Como a estrela falastrona não obedecia o chamado do sol, não lhe restou outra alternativa a não ser fazer um laço e puxar a estrela até o céu. O menino só teve tempo de ouvir a estrela gritar: “peça mais informações sobre tua missão ao vento!”
     E assim o menino o fez. Subiu em uma árvore e começou a chamar pelo vento. E o vento veio todo brincalhão, aparecendo e se escondendo atrás da árvore, fazendo o menino perceber que era seu amigo e que podia contar com seus ensinamentos.
E o vento ensinou muitas coisas ao menino, mas o mais importante que ele ensinou foi olhar para o céu e para tudo que estava a sua volta, pois para consegui cumprir sua missão, ele teria que compreender os mistérios do Céu e da Terra.
     O Vento disse-lhe ainda que enquanto o menino pesquisasse o Céu e a Terra ele viria sempre com sua mão macia acariciar seu rosto, que a árvore amiga lhe ofereceria suas flores e seu perfume na primavera e depois os seus frutos e sua sombra e que a estrela falastrona viria sempre iluminar o seu coração e o seu caminho. 
O vento também lhe disse que muitas pessoas viriam tentar destruir sua missão, mas enquanto ele olhasse para o céu e continuasse com os mesmos olhos de doçura, ele viria sempre renovar suas forças e controlar o pulsar de seu coração.
     E assim, brincando com o vento e olhando para o céu, o menino se fez homem e o homem se sentiu preparado para levar doçura ao coração da humanidade. Muitas pessoas tentaram lhe seduzir dando-lhe dinheiro, oferecendo-lhe a triste fantasia da vida, mas ele manteve-se forte dizendo apenas: “Da vida só quero um vento para sussurrar ao meu ouvido, uma árvore para me dar flores e perfume, uma estrela falastrona para alegrar os meus dias e um violino para falar ao povo de minha missão.”
     E comprou um violino. E foi para o centro da cidade. E lá ele pôde observar muita gente que passa apressadamente pelas ruas, anestesiadas em seu mundo de lágrimas. E lá ele toca seu violino, enquanto o vento baila ao seu lado e as árvores soltam o seu perfume e as pessoas vão diminuindo os seus passos para ouvi-lo tocar.
     E no fim da tarde, quando o sol vai sumindo no horizonte, ele olha para o céu e vê uma estrela falastrona piscar para ele. E cansado ele volta à janela, olha o céu com ternura e adormece feliz, orgulhoso por ainda ter um olhar de doçura.

Imagem: Divulgação Web.