domingo, 18 de maio de 2014

Eu sou de sonho


Autor: Larry Redon

Eu sou de sonho, ainda sou menino
Que sem destino passeia por aí
E vai vivendo como passarinho 
Sem pouso certo e um amor para viver

Eu sou de sonho num mundo desencantado
E do meu lado só a poesia me acompanha
Mas se  acaso outro também a procura
Ela me deixa,  sai de mim, fico sem rumo

Eu sou de sonho, sou tão frágil, tão menino
Eu sou poesia, encoberta em papel de linho
Que se esconde dentro das gavetas velhas
E que opacas se transformam em outra cor

Eu sou de sonho não tente me amar
Se não estiver disposta viver de sonhar
Eu te aviso, só tão frágil como o linho
E me transformo nas recusas do olhar

Dionísio


Autor: Larry Redon

Agraciado pela leveza
Do vinho que me deste esta noite
Contemplo o teu corpo dionisíaco
Vejo marcas dos açoites

Em minha mente nada passa
Só a lembrança do teu corpo
E ríspido, longe da leveza do vinho
Cubro o meu membro de açoites

Vinho vermelho de sangue adocicado
Escorre pelo meu corpo marcado e nu
E morro, e gemo e deliro em açoites
Açoites, num delírio sem limites e fim

Agraciado pela leveza da bebida do deus
Que avoluma minha espada em delírios
Corto tuas imagens sagradas e puras
E levo o teu corpo e desejo comigo



quinta-feira, 15 de maio de 2014

Eu, a lua e a rede



Autor: Larry Redon

Neste momento só vejo a  lua no céu
Nada mais me importa agora
Apenas eu, a lua e a rede que balança
Balança ao sabor do vento como poesia

E os versos vão caindo da lua no meu colo
E eu os junto lentamente ao meu coração
Invento formas diversas sobre o peito
Às vezes nasce um soneto, às vezes uma canção

Sinto a brisa levar os versos para longe
E depois juntá-los novamente ao meu peito
E se por um descuido meu, adormeço
Vem a ligeira lua soprar-me novos versos

E a brisa balança a rede soprando os versos
E eu como poeta vou agarrando-os no ar
Juntando-os lentamente pertinho do meu peito
Numa vontade danada de voltar a amar

Poesia Sagrada


Autor: Larry Redon

Experimente viver de poesia
Se nada na vida faz mais sentido
Busque entre livros empoeirados
O verdadeiro sentido da vida

Eu andei tantas vezes entre pó
Entre pó redescobri a palavra
Entre pó permaneci indeciso
Mas sempre buscando a palavra

A palavra que sobrevive no pó
Constrói pontes de liberdade
Entre pó me perdi tantas vezes
Entre pó me achei acordado

Experimente beber poesia entre pó
Misturada às lágrimas que caem
Entre pó derramei tantas lágrimas
Mas entre pó a poesia ficou sagrada

Arranhar teu corpo com os lábios



Autor: Larry Redon

Invadir os templos dos deuses em fúria
E explodir todo este meu desejo
Sem medo, sem tortura, sem culpa
Arranhando teu corpo com beijos

Ter você entre todas as imagens
Ser profano, devasso e cruel
Lambuzar-te de vinho sagrado
Possuir-te com depravação

Invadir e ser invadido com loucura
Sem temer os castigos que virão
É o que quero e desejo nesta hora
De volúpia, de gozo, de tentação

Invadir os templos dos deuses
Explodir-me em obscenidade 
É o que quero, o que desejo com fúria
Arranhar o teu corpo com meus lábios

Ai, minha senhora


Autor: Larry Redon

Ai, minha senhora
se pudesse acalmar os meus desejos agora
perderia toda a eternidade 
para viver entrelaçado a ti

Ai, minha senhora
apaga este fogo que sinto agora
enlace, se espalhe toda por cima de mim
assim, como uma seda sobre a tábua dura

Hoje estou como tábua, dura e desejosa
cubra, minha senhora, de delícias
de toques suaves e ternura
hoje estou como uma tábua dura

Ai, minha senhora, esta rigidez que sinto agora
é para o teu corpo amolecer
por isso, minha senhora, toma este corpo agora
cubra esta tábua dura de  pleno prazer



Soneto



Autor: Larry Redon

Eu só queria um soneto
destes que machucam a alma
para sentir se a dor que sinto
pode ser comparada a outra dor

Queria pisar na terra firmemente
mas o que resta é uma linha
que me tira o equilíbrio
que não me deixa ser quem sou

Só um soneto me aliviaria
aliviaria a ânsia que sinto
a ânsia por melodias
que me leve a qualquer caminho

Só um soneto apenas, um soneto
destes que fere, sangra, mancha
e nos faz morrer lentamente
por amor ou por coisas banais

domingo, 11 de maio de 2014

Gozar à Vida

GOZAR À VIDA
“PROIBIDO PARA MENORES”


AUTOR: LARRY REDON


     Eu sou um puto! Quem conhece minha história sabe que sou um puto, entretanto, no decorrer dos anos sobram-se lembranças e faltam amigos para compartilhar e reviver nossas histórias. Por isso, depravado leitor, que aqui neste momento julgo tão puto quanto eu, jorro sobre os teus olhos as delícias que minha vida de gozo me proporcionou e não te espantes se jorrar em ti, através de tuas fantasias, os resquícios de meu gozo e da minha depravação.
     A partir deste momento cabe a ti continuar ou parar, pois as próximas linhas deste livro podem levar-lhe a explodir e enfartar de desejos, de loucura, de orgasmo...
     Já que tomastes a decisão de continuar, devo começar minha história contando sobre minha infância, onde em  meio aos animais, percebi que eles eram livres para t****, sem se importar com qualquer um que atravessasse seu caminho e muitas vezes, devo confessar-lhes que fui animal e que t*** em lugares inimagináveis.
     Na aurora de minha vida, enquanto as crianças jogavam bola e brincavam de bonecas, preferia ficar livre pelos campos, não atrás das asas ligeiras das borboletas azuis, mas atrás  do cheiro do sexo, dos prazeres e da depravação. Era lá, que via os jumentos e as éguas se amarem livremente, mas não só as éguas e os jumentos, às vezes eram éguas e homens, homens e jumentos, que gemiam e gritavam fazendo meu corpo tremer de desejo e prazer.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Profano

Autor: Larry Redon


O meu corpo sagrado e profano
Arranhado de fúria e de dor
É você que me faz teu escravo
E eu me entrego sem pudor

O sentir e o pulsar destas veias
O zunir, o gosto deste paladar
Que me faz sentir macho selvagem
Com instintos tão duros demais

Rasgo roupas e rasgo almas
Toco a pele e a faço vibrar
Como fogo queimando a carne
Esta carne que vou devorar

Já perdi todos os meus pudores
Dentes à mostra a te devorar
Sou um lobo sedento de beijos
De carícias, de gozo e penar

domingo, 4 de maio de 2014

Fo*er

Autor: Larry Redon

É indecente a boca
É indecente o pênis
É indecente o corpo
É indecente Deus
Tudo depende do que se ver

É indecente a língua
É indecente a bunda
É indecente os olhos
É indecente os beijos
É indecente eu e você

Tudo depende do que se ver
Tudo depende do que quer ver
Tudo depende do olhar e do ver
Tudo, tudo depende, depende
Depende de eu estar unido a você

É indecente as línguas chupando-se
É indecente o dinheiro lavando-se
É indecente os corpos querendo-se
E o país preparado para nos fo*er

Fúria

Autor: Larry Redon

Meu corpo em fúria 
Jogado sobre o teu
Ao som do teu murmúrio
E os gemidos meus

Quero ter e me ter inteiro
Mas o que sobra de mim são pedaços
Pedaços que tento roubar de ti
Enquanto me atiro em teu corpo despedaçado

Quero toda tua profundidade 
Escavar, ir fundo, até encontrar
O que me faz ficar em pedaços
E querer em teu corpo me jogar

Jogo-me com fúria e truculência
Jogo ao prazer dos teus gemidos
Busco pedaços dos teus desejos
Sofro com o pedaço do corpo adormecido

Punhal



Autor: Larry Redon

O meu sexo tem os pudores de um anjo
Que traz no bolso os mandamentos sagrados
Regado a vinho e a gozo despudorados
Que alucina meu comportamento angelical

Trago o gozo sagrado dentro da alma
E em cada parte do meu corpo atiçado
Trago a fúria para jorrar sobre o teu sexo
Que me espera encoberto por rubro véu

Trago às taras sagradas de um anjo
Trago um punhal que cabe em tua mão
Trago um mundo cercado de delícias
Trago o gozo, o prazer e a perdição

E jorro sementes de pecados pelo ar
Jorro sementes de calor e sedução
E grito, sofro, me enterneço em teu corpo
Vendo meu punhal esmorecer em tua mão

Voraz


Autor: Larry Redon

Que me atire ao chão
Que faça estremecer minha carne
Que faça agitar o meu sexo
Que me faça gemer de prazer

Que me entregue à lenha
Que me atice o fogo
Que me faça arder em brasa
E me devore ao morder-me

Que se enrosque em meu corpo
Que me atraia como cobra
Com movimentos bruscos
Enfurecendo-me de dor e prazer

Que seja fogo e falta de ar
Lábios unidos a pronunciar
Palavras obscenas a sussurrar
E eu implorando para continuar


Apoie os autores brasileiros! Compartilhem suas obras! Livro erótico não é pornografia!