Autor: Larry Redon
A Rádio na escola constitui uma
ferramenta útil para professores e alunos dialogarem com o universo da
comunicação, pois permite a ambos explorarem todas as formas que a palavra pode
assumir em situações práticas de comunicação, além de fomentar discussões sobre
o universo particular do educando ou de toda problemática social que o atinge
direta ou indiretamente.
Porém, como a presença da rádio
ainda é relativamente recente no universo escolar, muitos professores têm
receio de assumirem responsabilidades diante desta “velha-nova” tecnologia e criam barreiras que podem ser solucionadas
com simples diálogos com os colegas de áreas diversas, pois a função do
professor neste processo não é dominar as técnicas do radialismo (ele até pode!),
mas o primordial é que junto aos seus alunos criem conteúdos significativos
para serem explorados neste universo.
O Profissional de Educação atuará
pedagogicamente junto aos alunos, direcionando-os, de forma que suas produções
não visem apenas ao ato comunicativo sem pretensões educativas. O que isso
significa? Significa que a prática da rádio na escola deve considerar a “imaturidade
estética” dos alunos e até aceitá-la num
primeiro momento, mas esta “imaturidade” deverá ser um fio que será tecido para novas compreensões acerca da
função social da comunicação na escola.
Neste processo de compreensão,
cabe ao professor discutir na sala de aula a intencionalidade dos conteúdos
criados pelos alunos, além de apresentar-lhes modelos de conteúdos que ao invés
de deixá-los presos, possam fazê-los dialogar com a diversidade de gêneros, cujas
funções sociais são diversas.
Diante deste cenário, o professor
de Língua Portuguesa pode se tornar escritor num primeiro momento, permitindo
que seus alunos trabalhem na revisão de seu texto, para depois, num segundo
momento, transformá-los em escritores-criadores de suas próprias histórias. Dialogando
com o professor de Artes, estas histórias poderão ganhar mais vida ao usarem
objetos que poderão simbolizar fenômenos da natureza, sons do cotidiano. O
professor de História poderá contribuir mostrando aos alunos o contexto, a
problemática social, geradora de conflitos nas histórias criadas pelos alunos,
dando-lhes a oportunidade reformular o texto, acrescentando expressões da época.
Sendo assim, podemos perceber que
a implantação da rádio na escola é necessária para garantir uma aprendizagem
mais “palatável” aos nossos alunos, entretanto, sabemos que tal implantação não
será plena num primeiro momento, pois o grande entrava não é apenas o receio do
profissional de educação em participar ou se permiti a aprender sobre este
universo tecnológico, mas o cruel cenário educacional que transformou o
professor em operários, em máquinas, servidoras de muitos senhores: Estados,
Municípios e a seres descompromissados com a educação, que reduzem
profissionais a manipuladores de papeis! Eis, alguns dos grandes entraves para
que a rádio funcione de forma plena na escola!
Imagem: Divulgação Web.