É muito comum ouvirmos pessoas
afirmando que prefere se relacionar com animais que com gente, entretanto, será
que se os animais tivessem a possibilidade de verbalizar teriam o mesmo
discurso sobre elas?
Não há nenhum problema em adotar
animais, entretanto, percebemos nesta atitude de “preferência”, um discurso de
pessoas que se magoaram com alguém e tenta jogar seu excesso de afeto reprimido
nos animais de estimação, sem se preocupar se está agradando-o ou não.
Hoje temos todo tipo de animal: o
de lacinho, o pintadinho, o de cueca, de calcinha, só não temos animais livres.
O animal está cada vez mais com a cara do seu dono e cada vez mais preso ao egoísmo humano que vê
nestes bicinhos um ser capaz de absorver afetos confusos.
É hora de pensarmos se estes
excessos de traumas não levam os animais a ter uma vida que eles nunca “sonharam”.
É claro que o meu discurso aqui não é contra quem cuida dos animais, afinal,
num mundo de crueldade em que eles vivem, uma mão amiga, que os respeite, é
sempre bem vinda.
Porém, quem resolve adotar um
animal, deve pensar no bem-estar do bichinho
primeiro, não em resolver suas frustrações. Hoje, basta uma pessoa procurar um
médico para “reclamar” de suas frustrações que o remédio já está na ponta da língua:
adote um cãozinho!
Ora, animal não é remédio, nem
gente! Animal é animal e pronto! Não é melhor nem pior que gente! Portanto,
antes de adotar um animal, resolva antes seus problemas sentimentais, assim você
estará pronto para cuidar de um bichinho com responsabilidade e carinho, não
como algo que possa compensar sua frustração. Não troque um beijo de um homem
ou de uma mulher por um beijo de animal, não troque um filho por um
cachorrinho, não porque o cão seja inferior, mas porque são coisas diferentes.
Abra o olho, pois se você está
deixando de viver, fingindo que o animal compensará seu afeto reprimido, meus pêsames,
pois a tendência será sempre a depressão! Cuide dos animais, das flores, dos
filhos, dos amigos, dos amores, mas sem pensar a vida de forma tão desigual! Viva
os animais e viva quem os ama e não tentam transformá-los em seres humanos,
apenas procura lhe dar conforto e dignidade segundo as leis da “Selva”.