O Aborto
Voltei para dentro de um
útero
Para fazer o que não fizeram
outrora
Tomar meu licor verde de mato
E morrer transformado em
sangue
O verde licor com cheiro de
sangue
Pulsa em minhas veias frágeis
agora
Atinge o meu cérebro velho e
insano
Cortando o meu coração já
cansado
Quando o sangue penetrar a
terra
Fertilizando-a para dar vida
ao mato
Serei mato, não mais serei
sangue
Para servir o licor ao filho
indesejado
Um mato verde de flores
vermelhas
Pulsando forte aos olhos
desenganados
Que buscarão no amargo e
fatal licor
Tirar do útero o filho que
não fora amado
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