Os Seios da Cabrocha
Autor:
Larry Redon
A Bahia tem mistérios, que só o mar
conhece. O mar é a grande testemunha dos amores secretos da Bahia. Em noite de
luar, ele aquece o corpo da cabrocha que se entrega a ele sem pudor. O mar com
suas ondas suaves acariciam a pele das cabrochas e dos meninos. Para o mar não
há diferença entre meninos e meninas, ele vive para amar e provar todas as
delícias do mundo. O mar ama a todos, mas quem o enlouquece é a cabrocha
Alzira, que em noite de luar aparece nua para o mar, por trás das alvas
cortinas, que balançam na janela da casa praieira.
O mar deseja beber todo suor da morena
Alzira, que parece despir-se para ele, mostrando todo o corpo banhado de luar
nas noites misteriosas de Salvador. Mas o mar não se ilude, pois sabe que a
cabrocha exibe-se para todos os pescadores, mas mesmo assim, por alguns
segundos o mar prefere acreditar que a morena pertence somente a ele.
O mar que normalmente é manso na Bahia,
quando vê a imagem de Alzira se agita, bate suas ondas nas pedras como
adolescente que procura os primeiros prazeres da vida. Nestas noites o mar fica
insano, vira cúmplice do vento, que o auxilia tocando os seios da cabrocha,
endurecendo-os e arrepiando todo o seu corpo.
Com a ajuda do vento, o mar deseja ser
sereno, mas não consegue ao ver Alzira passar a mão pelo corpo, apalpar suas
coxas, gemer e passar as mãos nos lábios secos de prazer. O mar também geme e
quando ele geme o pescador Rufino sabe que Alzira está precisando de um
pescador na sua cama.
Nestes dias para Rufino não há pescaria,
tudo o que ele quer é acalmar o mar e acalmar também a Alzira. No meio do mar
com o seu barco, o pescador luta contra a fúria do mar para chegar aos braços
da cabrocha, mas o mar ainda não atingiu o orgasmo, o mar continua batendo nas
pedras com violência.
Rufino não resiste, tira sua roupa, fica
também nu ao luar, entrega-se à fúria do mar, pois sabe que ele também fica
sereno com os rapazes e o mar abraça o pescador, o faz tremer e ficar ofegante
com sua água gelada. O pobre rapaz geme, grita o nome de Alzira, mas sabe que
nesta hora só o mar o tem, só o mar é o seu senhor. O pescador quer se tocar,
mas resiste, sabe que Alzira o espera e dá o mínimo ao mar, pois quer
entregar-se totalmente à cabrocha. O mar entende o pescador e o libera,
jogando-o à terra, pois sabe que depois ele voltará.
O pescador chega à casa de Alzira, nu,
banhado de luar. Alzira o vê pelas brancas cortinas. Corre ao seu encontro.
Investiga o seu corpo, beija sua orelha, lambe o seu pescoço, cheira o seu
tórax, põe o dedo no seu umbigo e mais embaixo encontra aquilo que estava a
sonhar.
Alzira não quer entrar na sua casa, olha
para o mar e quer possuir o pescador ali mesmo, tendo apenas o mar e o luar
como testemunha. Os gemidos ganham o céu da Bahia e o mar volta a ficar
agitado, ainda resta-lhe um pouco de
fúria.
O mar grita pelo vento, mas ele não
atende. O vento também é cúmplice de Alzira e Rufino, sabe que aquele é o
momento dos dois. O vento fica junto dá lua espiando e rindo da inveja do mar.
Mas o mar está cheio de desejo. O mar que
possuir Alzira e também a Rufino. O mar sabe que tem poder maior que o homem e
que não precisa do vento. O mar lança o seu olhar fascinante para o casal e
eles não resistem ao olhar lúbrico do mar e caem nas águas violentas do mar.
Neste momento, a lua vira cúmplice do mar,
convence o vento a entrar na dança e tudo é clarão. Os seios da cabrocha são
iluminados e o mar possui violentamente o pescador e a cabrocha.
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